Nas alturas

Em um mês, gasolina comum subiu 5,16% em Pelotas

Levantamento do Procon mostra que perspectiva de queda nos preços neste ano não se confirmou na prática

Paulo Rossi -

A expectativa de ter preços dos combustíveis mais baixos em 2019 demonstrou-se frustrada na prática. Se em dezembro de 2018 a Receita Estadual anunciava mudanças que faziam Pelotas projetar uma diminuição que colocaria o custo da gasolina comum em torno dos R$ 4,20, a prática, ao longo dos três primeiros meses, mostrou justamente o contrário: os preços decolando, a ponto de o combustível já ser encontrado próximo de R$ 4,90.

Um estudo do Serviço de Educação ao Consumidor, do Programa de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon), em Pelotas, mostra que entre 18 de fevereiro e 18 de março houve aumento, na bomba, de 5,16% no valor cobrado pela gasolina comum. O levantamento, feito em 46 postos nas principais ruas e avenidas, apontou um valor médio de R$ 4,711, com o mínimo encontrado a R$ 4,51 e o máximo R$ 4,8999. O preço do diesel também subiu, cerca de 3,24% no período.

Isso acaba pegando o consumidor de surpresa, que opta por aplicativos de abastecedoras ou outras maneiras de obter desconto. É o caso do motorista de aplicativos Rafael Maciel. Por rodar muito, já identificou quem oferece algum tipo de desconto. Apesar disso, ele relata frustração com os frequentes reajustes. "Eu pensei que ia ficar abaixo dos R$ 4,00", lamenta. Assim como ele, o professor Rafael Lobo usa bastante o carro, roda cerca de dois mil quilômetros por mês. "Infelizmente (a queda nos preços) ficou só na promessa. E a gente é refém", critica, dizendo que o veículo é extremamente necessário para seu trabalho.

Quais os motivos?
O diretor do Procon, Nelson Soares, diz que são vários os fatores interferindo no preço. Desde as mudanças no valor de referência da tributação do Imposto Sobre Circulação de Mercadoria e Serviços (ICMS), que reflete em 30% do preço final, até as variáveis do preço do barril do petróleo no mercado internacional e o preço do dólar. A margem de lucro dos proprietários dos postos em Pelotas fica entre 10% e 11%, não extrapolando a margem, de 15%. "Ele já recebe o combustível com preço um pouco elevado", explica.

O último levantamento do Procon se deu após a Receita Estadual anunciar, a partir do último sábado, mudança no valor de referência para recolher o ICMS. O preço inicial da gasolina comum, com base em pesquisa realizada em 490 municípios, foi reajustado de R$ 4,2742 para R$ 4,3491, uma elevação de 1,75%, segundo anuncio no site do governo do Estado.

A política da Petrobras, de ajustar diariamente o preço na refinaria a partir das diversas variações no mercado, torna tudo imprevisível, segundo o diretor local do Sindicato Intermunicipal do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes no Rio Grande do Sul (Sulpetro), Henrique Moreira. "Ninguém sabe o que vai acontecer", explica. A entressafra da cana, base do etanol, também ajuda no aumento, segundo ele. Pelos dados do sindicato, a gasolina comum subiu 21,35%. "Tudo é muita especulação", lamenta, ressaltando que a qualquer mudança dos preços internacionais do petróleo ou do dólar, novas alterações, para mais ou para menos, podem ocorrer.

A tabela de preços na refinaria, atualizada diariamente pela Petrobras, indica as mudanças. O ano começou com a gasolina comum custando R$ 1,5087, sem a adição de impostos, lucros de postos e outros fatores. Nesta quinta-feira (21), está em R$ 1,8326, o mais alto do ano, com uma diferença de 21,47% no valor. A mínima foi entre os dias 9 e 10 de janeiro, com o valor de 1,4337.

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